15 de dezembro de 2008

Criminalística biológica


Criminalística biológica é a ciência que estuda os indícios deixados no local do delito, graças aos quais se pode estabelecer, nos casos mais favoráveis, a identidade do criminoso e as circunstâncias que concorreram para o referido delito.
O interesse médico-legal da criminalística reside no facto de se procurar vestígios anatómicos, biológicos ou humorais que permitam estabelecer a identidade do autor do crime. O êxito do trabalho laboratorial depende da forma como os vestígios foram recolhidos, acondicionados e enviados.

Natureza dos vestígios biológicos:


1.Manchas de sangue
O sangue é o tipo de amostra mais frequentemente analisada, tanto no estado liquído como em mancha seca. O DNA é extraído dos leucócitos do sangue, uma vez que as hemácias são células anucleadas.
As manchas podem encontrar-se em suportes porosos e absorventes (sofás, tapetes, roupa da vítima ou do autor do crime) ou em suportes não porosos (diferentes tipos de revestimentos de chão ou paredes de residências, vidros ou cerâmicas).

2.Sémen
O sémen (suspensão de espermatozóides no líquido seminal) é, a seguir ao sangue, o vestígio mais estudado, o que se deve ao facto de haver muitos casos de suspeita de agressão sexual. O DNA a analisar é extraído dos espermatozóides.
Na grande maioria dos casos estudados, a amostra presente para exame é o exsudato vaginal da queixosa; no entanto, também pode haver sémen em peças de vestuário da vítima ou do agressor ou, ainda, no local onde ocorreu a violação.
O facto das amostras de sémen poderem estar misturadas com outro tipo de produtos biológicos da vítima ou de haver mistura de sémen de dois ou mais indivíduos, não constitui problema para a resolução dos casos pois há metodologias que permitem a separação eficiente do DNA, que possibilita a detecção de indivíduos.

3.Pêlos

Os pêlos são outro tipo de vestígio biológico frequentemente analisado. Estes podem aparecer em peças de vestuário, nas mãos da vítima, ou ainda na cena do crime e devem ser recolhidos e acondicionados com precaução, pois podem ser provenientes de pessoas distintas. DNA dos pêlos está particularmente concentrado na raiz, pelo que os que são arrancados dão melhores resultados.

4.Saliva e urina

A saliva e a urina não contêm células na sua constituição, mas, por transportarem células
epiteliais, respectivamente da cavidade bucal e das vias urinárias, possuem DNA.

5.Restos cadavéricos
A identificação de restos cadavéricos através do estudo do material genético depende do estado de preservação o qual, varia com o tempo decorrido desde a morte e de outros factores ambientais, sendo os mais adversos a humidade e a temperatura.
Como na maioria dos casos não se dispõe de sangue, o material que se estuda é músculo ou osso (uma vez que os tecidos moles já desapareceram e os dentes e os cabelos, se ainda existirem, possuem quantidades exíguas e degradadas de DNA), mesmo que tenha decorrido bastante tempo após a morte.

Degradação das colheitas
Para se evitar a degradação deve-se promover a secagem completa do vestígio antes do seu acondicionamento (colocar em embalagens próprias - envelopes, pequenos sacos de papel de celofane, etc.) e ao armazenamento, que deve ser efectuado a baixas temperaturas.

Contaminação das colheitas
Deve ser evitada qualquer tipo de contaminação que interfira na análise, devendo ser preservada a integridade biológica da amostra. Uma das exigências a ter sempre presente pelo perito, entre outras, é o uso de luvas descartáveis.
Pode-se definir vários tipos de contaminação:



  • Contaminação química

  • Contaminação provocada por microorganismos (fungos e bactérias)

  • Contaminação por outro DNA humano

Colheita de vestígios
Vestígios transportáveis - colheita directa dos vestígios.
Vestígios não transportáveis - remoção do vestígio para um suporte onde seja possível realizar a extracção do DNA.

1 comentário:

Anónimo disse...

Com esta publicação fiquei a perceber melhor o que tenho feito de mal até agora. Habitualmente sempre que esfaqueio, mordo, violo etc etc etc e o resto dessas coisas divertidas faço questão de esbarrar o sangue pelas paredes como se fosse manteiga na torrada matinal. Sempre achei que era normal porque no episodio que deu a semana passada de CSI nova iorque la a jeitosa dos caracois disse ao Mac que era uma marca do assassino, e foi isso que eu tentei fazer, e achei que o encarnado ficava melhor na parede daquela sala. ainda perguntei a vitima se ela gostava mas ela nao respondeu, mas quem cala consente!